Organismos bentônicos são aqueles que vivem no substrato de fundo de ecossistemas aquáticos (rios, lagos, oceanos, etc.), ao menos, durante parte de seu ciclo de vida. Este substrato pode ser formado por sedimento, pedaços de madeira, folhas, algas, rochas, etc. Os macroinvertebrados bentônicos, são o animais que ficam retidos em redes com malha de 0,5 mm (Conforme EPA). Um pouco mais sobre o que são esses animais pode ser lido no post: “Macroinverte…o que?.
Agora que todos estão esclarecidos podemos enfatizar sobre sua diversidade e o por que é interessante saber um pouco mais sobre esses curiosos habitantes aquáticos, focando os rios e riachos.
E para descrever as funções dos macroinvertebrados, nada como observar o esquema sobre The River Continuum Concept, em português “A Teoria do Rio Contínuo” , que foi descrita por Robin Vannote e colaboradores em 1980.
Podemos observar a relação entre estes grupos e as respectivas ordens dos canais que pode variar de acordo com o desenho da bacia. Conforme o canal aumenta em tamanho, Vannote et al. (1980) sugerem que a importância da entrada de material orgânico alóctone (vem de fora) deve diminuir no sentido montante-jusante, principalmente pela diminuição da relação entre a cobertura vegetal e a largura do canal, e que este padrão coincide com um aumento da produção primária devido à entrada de mais luminosidade no sistema. Consequentemente é observada uma mudança na relação entre produção primária e respiração, caracterizando uma mudança gradual de um sistema heterotrófico para um sistema autótrofo.
As adaptações morfológicas e comportamentais das comunidades aquáticas resultantes dos fatores citados acima foram discutidas principalmente com base na fauna de invertebrados, sendo reconhecidos quatro grupos funcionais :
1- Fragmentadores (shredders); organismos detritívoros (se alimentam de Matéria Organica) que fragmentam matéria. Em abundância a montante do percurso devido ao aporte de matéria orgânica alóctone que será fragmentada . Ex: Trichoptera
2- Pastadores ou raspadores (grazers – scrapers): Possuem aparelho bucal apropriado para raspar perifíton aderido às pedras, folhas, troncos caídos, entre outros. Abundante em rios de quarta e quinta ordem devido a conformação física. Ex: Ephemeroptera.
3- Coletores (collectors): alimentam-se de pequenas partículas de matéria orgânica, tanto por filtração de água corrente como por coleta nos depósitos de sedimentos no fundo dos rios. Ex: Coleoptera.
4- Predadores: se alimentam dos outros grupos funcionais. Ex: Odonata.
Porém o grupo de coletores são divididos em dois sub grupos (CUMMINS; MERRITT, 1996):
a) coletores-catadores: são os que alimentam-se de pequenas partículas de matéria orgânica por coleta nos depósitos de sedimento;
b) coletores-filtradores: são os que capturam, por filtração, pequenas partículas de matéria orgânica em suspensão na coluna d’água;:
Assim, observamos que os macroinvertebrados estão diretamente ligados a ciclagem de nutrientes em ambientes aquáticos, portanto, desempenhando papel fundamental no corpo d’água.
Algumas perguntas podem surgir, como, “A morfologia desses macroinvertebrados influenciam para estarem presentes em determinado trecho do rio?”, “Como raspadores ficam aderidos a pedra? E a velocidade da água ?”. Essas questões e muitas outras serão respondidas no próximo post.
Dúvidas, sugestões e críticas serão bem vindas.
E-mail: sorana@ipeuna.com
Bibliografia
https://limnonews.wordpress.com/2013/03/20/macroinverte-o-que/
http://www.ablimno.org.br/boletins/pdf/bol_38(1-4).pdf
Callisto, M. & F.A. Esteves 1998. Categorização funcional dos macroinvertebrados bentônicos em quatro ecossistemas lóticos sob influencia das atividades de uma mineralização de bauxita na Amazônia Central (Brasil). pp. 223-234. In Nessimian, J.L & A.L. Carvalho. E. (Eds). Ecologia de Insetos Aquáticos. Séries Oecologia Brasiliensis, vol. V. PPGE-UFRJ. Rio de Janeiro, Brasil.
CUMMINS, K. W.; MERRITT, R. W. Ecology and distribution of aquatic insects. In: MERRITT, R. W.; CUMMINS, K. W. (Ed.). An introduction to the aquatic insects of North America. Dubuque: Kendall/Hunt, 1996. cap. 6, p. 74-86.
Silva, F.L; Pauleto, G.M. , Talamoni, J.L.B. e Ruiz, S.S. Categorização funcional trófica das comunidades de macroinvertebrados de dois reservatórios na região Centro- Centro-Oeste do Estado de São Paulo, Brasil do Estado de São Paulo, Brasil. 2009.
Vannote, R.L.,G. W. Minshal, K. W. Cummins, J.R. Sedell, and~. E. Gushing. 1980.The river continuum concept. Can. J. Fish. Aquat. Sci. 37: 130-137.
[…] conhece-los, clique aqui) que por sua vez são consumidos por macroinvertebrados ( clique aqui, aqui e aqui!) e assim susceptivelmente subindo a cadeia […]
CurtirCurtir
By: Um pouco sobre os indicadores biológicos… | Laboratório de Limnologia/UFRJ on julho 5, 2018
at 17:31
I appreciate, cause I discovered exactly what
I used to be taking a look for. You’ve ended my four day long hunt!
God Bless you man. Have a great day. Bye
CurtirCurtir
By: info on fevereiro 28, 2018
at 13:21
What’s Happening i’m new to this, I stumbled upon this I have found It absolutely helpful and it has
aided me out loads. I am hoping to give a contribution & aid
different customers like its aided me. Good job.
CurtirCurtir
By: more tips here on fevereiro 25, 2018
at 20:11
Nice post. I used to be checking constantly this weblog and I’m inspired!
Extremely helpful information specifically the remaining part 🙂 I deal with such information a lot.
I was looking for this certain information for a long time.
Thanks and best of luck.
CurtirCurtir
By: visit this website on fevereiro 24, 2018
at 00:52
Way cool! Some very valid points! I appreciate you writing this article
and the rest of the site is also very good.
CurtirCurtir
By: Continue Reading on fevereiro 17, 2018
at 16:17
[…] a dinâmica de distribuição das comunidades bentônicas (como podemos rever na publicação Macroinvertebrados fantásticos e funções nos rios em que habitam) e o fluxo de energia, principalmente nas disciplinas da graduação em Ciências Biológicas. Tal […]
CurtirCurtido por 1 pessoa
By: Filhos de Vannote: bastardos ou sucessores? | Laboratório de Limnologia/UFRJ on janeiro 11, 2018
at 17:22
Belo post Sorana. Desde cedo compreendendo e exercendo a importância de divulgar a ciência.
CurtirCurtido por 1 pessoa
By: Reinaldo on maio 30, 2017
at 10:08
[…] https://limnonews.wordpress.com/2017/02/23/macroinvertebrados-fantasticos-e-funcoes-nos-rios-em-que-… […]
CurtirCurtido por 1 pessoa
By: Macroinvertebrados bentônicos e Pokémons: Quando a arte imita a vida… e o que o futuro nos guarda. | Laboratório de Limnologia/UFRJ on abril 13, 2017
at 17:44
Interessante!
CurtirCurtir
By: Para ti quando eu me for, meu filho... on fevereiro 27, 2017
at 07:14